segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Damiris revela frustração após queda no Rio, mas mira futuro no Corinthians

O mau desempenho da seleção brasileira feminina de basquete na Olimpíada do Rio de Janeiro é algo que vai demorar para sair da cabeça de jogadoras, comissão técnica e torcedores. O sonho de voltar a conquistar uma medalha olímpica após 16 anos, desta vez jogando em casa, deu lugar a uma campanha de cinco derrotas em cinco jogos, que resultaram na eliminação do Brasil logo na primeira fase do torneio, na última colocação de seu grupo.

Apesar das boas atuações individuais que teve nos Jogos, com uma média de 16,8 pontos, a ala-pivô Damiris Dantas não esconde o quão sofrido foi ter de voltar para casa mais cedo. Uma das poucas do time que se destacaram na competição, tendo sido cestinha do Brasil em dois dos cinco jogos disputados, a atleta de 23 anos conta que os dias seguintes à queda, que ela passou em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, ao lado da família, não foram fáceis.

– Fiquei muito chateada com o resultado. Cheguei em casa muito triste. Minha tia ficou muito preocupada comigo. Minha imunidade até baixou. Mas dá para tirar muitas lições disso. Sou nova. Tenho certeza que na próxima vai ser melhor. Tenho muita confiança nisso. E não posso perder o foco. É continuar trabalhando. Sei o que eu quero, sei o que eu posso e aonde quero chegar. Passou. Já estou em Americana treinando igual uma louca, descontando minha raiva aqui – brincou Damiris, que nesta semana se reapresentou no Corinthians/Americana para a próxima temporada.

Os primeiros minutos da seleção brasileira na Olimpíada foram animadores, com um bom primeiro tempo diante da forte equipe da Austrália. O time, porém, acabaria perdendo aquele jogo de estreia por uma diferença de quase 20 pontos e não venceria uma partida sequer no Rio de Janeiro.

– É complicado falar dessa Olimpíada. Não foi o que a gente esperava. A gente saiu de São Paulo com a expectativa muito alta, todas muito confiantes. Quando perdemos para a Austrália, nós vimos que dava para fazer bons jogos, ganhar dos times que estavam por vir. Fizemos um primeiro tempo muito bom, e isso motivou o time. Mas logo depois levamos quase 30 pontos do Japão. Tentamos buscar uma explicação, mas não conseguimos. O time encaixava no começo, mas depois desandava, e a gente não sabia o que fazer. A gente se perdia muito fácil, e as coisas começaram a sair do controle, tanto das jogadoras, quanto da comissão técnica, porque nada dava certo. Tudo que ele mandava fazer não dava certo – lembrou.

Nesta semana, a Confederação Brasileira de Basketball (CBB) anunciou mudanças na seleção feminina. A exemplo do que aconteceu com Rubén Magnano no time masculino, o técnico Antonio Carlos Barbosa, comandante das meninas no Rio, não terá seu contrato renovado. Damiris se mostrou muito grata ao treinador e disse não ter uma opinião sobre seu substituto, que ainda não tem um prazo para ser definido. 

– Eu, particularmente, gostei muito de trabalhar com o Barbosa. Quando acabou a Olimpíada, nem deu tempo de me despedir, mas mandei uma mensagem, porque ele me ajudou muito. Sobre o sucessor, prefiro deixar com quem tiver que resolver isso. Eu vou estar à disposição da seleção sempre, independentemente de quem for o técnico. Tenho certeza que vão escolher a pessoa certa, no momento certo – comentou Damiris.

A jogadora espera que a seleção faça uma boa preparação nos próximos quatro anos, para chegar em Tóquio 2020 em uma situação melhor. Damiris revelou que deixou a Rio 2016 já pensando no novo ciclo e na próxima Olimpíada.
– Ainda não foi definido o novo técnico, mas a partir do ano que vem deve estar tudo resolvido para iniciarmos a preparação visando Tóquio 2020. Eu deixei o Rio pensando em como me preparar para a próxima Olimpíada e para as próximas convocações. Eu amo defender a seleção e tudo serviu de aprendizado. Agora sigo treinando forte em Americana e só devo me reapresentar na WNBA (liga americana) em abril de 2017 – falou Damiris, que pediu dispensa de sua equipe nos Estados Unidos em função de problemas pessoais no Brasil.

Texto e Fonte: Cairo Oliveira/Globo Esporte
Fotos: Sanderson Barbarini/Foco no Esporte

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